17 de dezembro de 2012

Posso Vender o Meu Louvor?

A quem eu adoro?  Por que eu vou à igreja?  Por que canto músicas no culto?  O que é culto?  Já pensaram nessas perguntas e no que elas significam?  Se você é cristão e vai à sua igreja por hábito, pode ainda não ter parado para pensar profundamente nesse assunto sério.  Vou comentar brevemente esse assunto.

Eu já decidi que a Deus tudo o que eu faço em sua casa deve ser santo.  Santo é separado, exclusivo, apenas para Deus.  Então procuro me concentrar e dar oferta de tudo o que recebo.  Se o meu dízimo e as minhas ofertas destinam-se à manutenção da igreja, dos pastores, do suporte aos missionários, às missões e de tudo o que precisa de recursos para avançar na pregação do evangelho, o dinheiro é a oferta pelo que recebo.  É uma simples "devolução" parcial em gratidão, e eu ainda devo verificar se está mesmo sendo empregado corretamente.  Mas quando a nossa vida vem sendo abençoada também com talentos, esses talentos não estavam contidos nos dízimos e ofertas, porque dinheiro não paga talento; devemos ser igualmente gratos e devolver o que recebemos em dons, dando gratuitamente a Deus nos cultos.  Mas se dermos mesmo gratuitamente a Deus, então passa a ser de Deus e não podemos vender, nem cobrar por compras de CD no final dos cultos: não parece que assim seria gratuito, não é?!

Até aqui, acho que todos concordam que devemos contribuir, participar, ajudar a fazer o "corpo" viver (somos "unidos no corpo de cristo"). Mas se eu estou dando a Deus, simultaneamente posso vender aos homens?  Alguém pode cobrar pelos seus dons?  Um músico que, claro, vive da música no seu dia-a-dia, durante o culto pode (ou deve) cobrar pelos seus serviços?  Se cobrar, não estará vendendo o louvor, que deveria ser uma doação?

Pois bem, muitos -- não todos -- concordam comigo nesse ponto.  Mas indo além, reflitamos: parece bem razoável que um músico possa gravar suas músicas religiosas, cantadas com toda a técnica e conhecimentos musicais adquiridos.  Vende seu CD e seu DVD a um preço de mercado.  No momento da compra, o comprador está financiando um projeto.  Mas as leis dos homens protegem os direitos autorais, inclusive, neste caso, para uma música de louvor!  Então eu penso que começa a surgir um pequeno problema: se o objetivo for financeiro, aquilo não seria mais um louvor a Deus, mas um produto.  Assim surge um dilema: o CD pode ser copiado?  Se for copiado e entregue a um amigo, com a melhor das intenções, para evangelização: essa transgressão das leis dos homens seria pecado para Deus?! Vou me atrever a responder que "não"!  Mas isso iria causar um problema legal, por que as leis de direito autoral protegem o autor.  Mas Deus exige que sigamos a lei (quando disse para dar a César o que era de César)?

Sei que a tendência natural daqueles que lerão este post será achar que eu estou misturando as coisas.  Ma peço-lhe que reflita, à noite, sozinho neste assunto.  Agora direi qual foi a minha conclusão sobre esse assunto: se o louvor for genuíno (gostaria de acreditar que posso incluir os músicos e as gravações oficiais das lideranças das igrejas nesta hipótese) sempre deveria ter impressa ou tácita uma cláusula cristã do tipo:

"este produto é para Deus e vendido aos homens; é proibida a revenda ilegal; mas se você copiar para ouvir em sua casa, sua igreja ou outro lugar, não estará pecando nem cometendo nenhum crime; distribua livremente; mas se preferir contribuir com este ministério, nos ajudando a disponibilizar novos produtos, faça doação a (...) ou mesmo adquira as cópias originais; que Deus te abençoe em qualquer caso.

Infelizmente é raro vermos algo assim.  Pense no que você está fazendo com o seu talento.  Se Deus está dando, ele pode abençoar você, mesmo que você não tenha fé. Só não se esqueça das palavras que você mesmo, músico, está gravando.  Seja coerente.  Não venda o seu louvor por 30 pratas.

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