23 de fevereiro de 2010

Retorno às Atividades

O retorno às atividades muitas vezes á árduo, porque a falta de ensaios leva os coristas ao esquecimento de detalhes técnicos do canto coral.  É extremamente importante seguir a regência, porque é nas mãos do maestro que se encontra o sincronismo e a sensibilidade.  A perfeição depende do esforço de cada corista.  A qualidade do grupo depende... do grupo, é claro.  A expressão e o refinamento na qualidade da execução estão nas "mãos" do regente.  É papel do regente dar vida à música.  Música que toca as pessoas é música com vida.  Mas se o grupo não segue o regente quebra-se o elo da corrente da perfeição.
 
Quando alguém está inseguro na música pode provocar: imprecisão no "ataque" da nota (atrasos e adiantamentos); flutuações na frequência (desafinações); e insegurança na intensidade (não seguir a determinação da regência na dinâmica).  Tudo isso faz com que os cantores vizinhos se desetabilizem numa reação em cadeia, porque quem está ao lado ao sentir algo "diferente" do esperado acaba se desconcentrando também.  Ao retornar é esperado uma queda na qualidade, que aos poucos deve se acertar. 
 
Para corrigir os problemas decorrentes dessa insegurança é necessário que cada corista tenha:
  • atenção exclusiva na regência; cada parada é seguida de importantes instruções às quais se deve estar atento;
  • ouvir sua própria voz, principalmente durante os vocalises, para fazer as pequenas correções necessárias;
  • fazer muitos exercícios de respiração, treinando os músculos a obedecerem e aumentando as reservas de ar;
  • decorar a sua parte da música, não dependendo de outra pessoa para cantar corretamente;
  • se possível, treinar em casa os vocalises e suas vozes e ouvir gravações das músicas;
  • querer estar no grupo.
Este último item é muito importante, porque é a vontade de estar em grupo que faz um coral avançar.  Se cada corista está satisfeito com o coral isso faz com que o coral cresça.  Não desanime e nem deixe que os seus companheiros de coral desanimem.  Lembre-se que todo estudo pode ser cansativo mas é a motivação que faz com que se tenha prazer no ensaio. 
 
Pergunto-lhe: ensaiar é bom?  É muito bom?  É a melhor coisa do mundo?  Por que?  Respondo: durante o ensaio cada corista precisa achar que estar ali é a melhor coisa do mundo, sim.  É a oportunidade de fazer com que o conjunto produza harmonia e se prepare para distribuir "sentimentos".  Música é sentimento e muda sentimentos.  É algo muito poderoso, muito mesmo!  Ao mesmo tempo o coral é mais complexo e pode fazer muito mais que um solista, já que se compõe de muitas pessoas.  Mas é difícil ajustar os timbres, afinações, intensidades e gostos.  Esso é o desafio: cante um uníssono como se houvesse apenas uma voz. 
 
A música é muito importante na liturgia quando é cantada com devoção porque prepara atinge o coração.  O canto gregoriano era baseado no texto e os cantores nunca podiam se destacar ou destacar.  A música era a mais uníssona possível, como se as várias vozes fossem uma só pessoa cantando, com uma letra claramente compreendida.  Com harmonia é preciso que cada voz seja "uníssona", ou seja, o mais uniforme possível, o que é conseguido após muitas horas, dias e anos de estudo.  Os monges gregorianos ficavam horas por dia cantando e atingiam com isso uma uniformidade fantástica.  Num coral precisamos manter a uniformidade dentro do naipe mas a harmonia dentro do grupo e existem instrumentos para facilitar isso.  Os instrumentos devem seguir a regência e fazer a dinâmica de igual modo, reforçando o efeito e auxiliando o coral a atingir o estado ideal.
 
Então, depois de tudo isso, mãos à obra!
 
 

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