16 de abril de 2011

Escolhendo a Música da Igreja

Para escolher a música da igreja hoje, podemos nos deparar com um dilema: manter o repertório da época de nossos avós ou deixar a tradição para trás e modernizar com o que se chama hoje de "louvor"? Há muita coisa a respeito disso nas discussões de internet e, segundo a minha análise, geralmente não há debates calorosos por uma razão básica: quem acredita que a música deve ser tradicional escreve a favor disso; quem acredita que o mundo mudou e que a música aceita pacificamente hoje não depende da tradição, escreve sobre isso. Assim, um nem termina de ler o que os outros escreveram, se houver divergências.

Eu já fui mais tolerante à música mais moderna e em casa ouço variados estilos musicais. Gosto de ouvir músicas bem escritas e executadas. Sinto-me bem ouvindo músicas distintas, algumas tranquilas, outras feitas com sons exóticos sintetizados. Gosto de ouvir as séries Gaither Gospel Series, pois têm tanto músicas divertidas e animadas como outras profundas e reflexivas. Acho possível louvar a Deus com címbalos e adufes ou mesmo bateria. Aliás, quando ainda criança, cheguei a pensar em aprender bateria, depois de adorar ouvir certas viradas difíceis! Hoje sei que o volume do som me incomoda muito a ponto de tornar inviável esse instrumento.  E além do mais, importante é saber que o instumento em si nunca foi um problema, mas o seu uso.

Fiquei mais conservador, embora não seja fundamentalista. Ao longo do estudo do assunto da música para igreja, sinto-me muito mais propenso a aceitar uma música com (a) ritmo mais contido e pouco sincopado ("gingado"), (b) letra profunda e significativa, (c) melodia sem floreios excessivos, melismas e efeitos artificiais (refiro-me a efeitos como rouquidão e voz "chorosa"), (d) "a cappella" até acompanhamento com rica orquestração de instrumentos, (e) harmonia densa e bem resolvida e (f) cantada em muitas vozes. Sinto-me adorando quando canto ou ouço na igreja música de igreja.

Na prática evito o que se está chamando de "banda", não me sinto confortável falando em "tribo" na igreja, não sinto que a igreja seja lugar para a bateria (não me refiro ao instrumento em si, mas à sua utilização que fatalmente é feita de forma "inconveniente"), não acho que o som da guitarra combina com adoração, e por fim não acho que jovens devam ser separados dos demais por ter gosto diferente, pois acontece o que já aconteceu: mudam-se os valores.

As argumentações a respeito desse assunto são muitas, mas eu sugiro a leitura do site que venho sempre indicando nos posts anteriores: "Música Sacra e Adoração".

Gostando ou não das mudanças sou obrigado a aceitar o que se faz nas igrejas hoje. Escrevo por acreditar que alguém pode achar curioso um músico parecer tão "retrógrado" e, tentando descobrir o motivo, acabe como eu, sendo outro "retrógrado". Só lembro que o som aceitável jamais pode passar de 95dB.

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